As histórias reais começam de forma discreta, comum. Quase como um fio solto que a gente puxa sem saber onde vai dar. A minha começou em 2018, quando ganhei de presente meu primeiro kit de bordado. Eu não sabia ainda, mas aquele gesto simples mudaria completamente meu caminho.
O bordado entrou na minha vida como uma pausa num período em que tudo parecia acelerado demais. Era o único lugar onde eu conseguia respirar e voltar pra mim.

Foi assim que minha história começou. Sou artista têxtil, bordadeira há 7 anos e geóloga formada pela UFRRJ. Entre laboratórios, microscópios e longas horas de pesquisa, descobri que meu olhar científico — paciente, minucioso, curioso — era o mesmo olhar que me guiava diante de uma fotografia de pet prestes a virar uma  memória única.  A geologia treinou minha capacidade de enxergar camadas, luzes, limites. O bordado transformou isso em presença manual que trouxe presença pra minha vida.

Moro no Rio, sou casada e trabalho cercada pelas minhas duas gatinhas, Fiona e Margô, que fazem questão de participar de todos os processos do ateliê, são as minhas desassistentes oficiais. Busco sempre construir uma rotina onde presença é escolha: gosto de nadar no mar para reorganizar o corpo, ler para nutrir o imaginário, costurar, escutar podcasts, pintar esporadicamente e principalmente: bordar para desacelerar e observar o mundo com mais profundidade.

Nos últimos anos, já transformei mais de 400 pets em bordados realistas. Cada um deles é mais do que "só" um bordado: é família, memória, uma história de amor. Meu trabalho ganhou reconhecimento e apareceram em revistas como Casa Vogue e Claudia.